MARCELO PEDE A CAVACO QUE SEJA "REALISTA": "A HISTóRIA HOJE NãO é IGUAL A 1985"

Embora afirmando que não comenta posições dos seus antecessores em Belém, nem o fará em relação aos seus sucessores, Marcelo leu o artigo de Cavaco Silva no Expresso. Implicitamente acusou-o de ter ficado preso numa história com quase 40 anos

“A história não se repete, a história hoje não é igual a 1985.” Foi assim que, esta sexta-feira, o Presidente da República comentou o artigo que o ex-Presidente da República Cavaco Silva publicou hoje no Expresso. Falando com jornalistas depois de uma cerimónia no CCB, em Lisboa, de entrega da trega da Bolsa José Manuel de Mello 2024 - Empreendedorismo, que Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu que Cavaco continua preso à história que o levou da liderança de um governo minoritário (formado em 1985, na sequência da rutura do ‘Bloco Central’) a conquistar sua primeira maioria absoluta (19 de julho de 1987).

Só que, acrescentou, a situação hoje é “completamente diferente” da de há 40 anos: “Não tínhamos PRR para cumprir, não tínhamos Portugal 2030 para cumprir”, e além do mais o sistema partidário era “diferente” do de hoje porque em 1985 o PS “estava partido com o aparecimento do PRD" enquanto que o que temos hoje é “uma direita multifacetada”.

Assim, “as soluções que funcionam num determinado momento não funcionam necessariamente noutro momento”. Sendo que, continuou Marcelo, o que importa é ser “realista” e adotar “caminhos práticos” que são urgentes como “acordos de regime” que são “necessários sempre, com governos mais minoritários ou mais maioritários”.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o “muito importante” é que o Orçamento do Estado para o próximo ano (OE2025) possa “passar” quando for apresentado no Parlamento, em outubro. E de resto, no seu entender, há a assinalar que as circunstâncias de crise política que levou às eleições legislativas de março e que ditou a substituição de um governo maioritário do PS por um governo minoritário da AD de facto “não alteraram sensivelmente” o desempenho económico do país.

“Soubemos hoje que a taxa de inflação desce. Soubemos que as previsões de crescimento estão a caminhar bem. Soubemos que a taxa de desemprego está em números que em termos europeus são bons. Soubemos que a balança comercial melhorou”, afirmou,

Portanto, há “uma Europa que está com problemas de crescimento”, e isto em “países importantes”, mas “Portugal a aguentar-se bem”.

Na mesma ocasião, o Presidente da República saudou a escolha de António Costa para presidente do Conselho Europeu. “É a escolha ideal”, afirmou, depois de já ontem ter divulgado uma notano site da Presidência.

Questionado também sobre um eventual pacto para a justiça entre PS e Governo para alterar o processo penal, Marcelo respondeu que agora importa avançar com propostas concretas.

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