NUNO MARKL INDIGNADO: “É QUE ME PARECE QUE A LIBERDADE QUE DESEJAM é A LIBERDADE DE PROIBIR LIBERDADES ALHEIAS”

Nuno Markl comentou, esta segunda-feira, nas redes sociais, sobre o lançamento do livro “Abril pelas direitas”.

“‘O povo de direita quer viver em liberdade’: Direitas juntam-se num livro para criticar o 25 de Abril e falar ‘sem cordões sanitários’”, pode ler-se numa notícia que partilhou no Instagram.

“Eu tento não trazer a política para este Instagram, mas, neste caso, tenho legítimas dúvidas que talvez alguém me possa esclarecer. Temos aqui um grupo de pessoas que tem poder, privilégio, dinheiro, um número de representantes no Parlamento como há muito não tinham, editam livros em grandes editoras, têm voz – em que medida vivem uma censura ‘pior do que a da PIDE’? Alguém os torturou? Alguém os prendeu?”, questionou Nuno Markl.

“É que me parece que a liberdade que desejam é a liberdade de proibir liberdades alheias. Isso é que não é possível, malta. Ironia das ironias: a democracia que tanto desprezam e os faz ter saudades do Antigo Regime, é exatamente o que lhes permite ter voz, editar livros, chegar ao Parlamento. A mim, parece-me que deveriam estar gratos e felizes”, afirmou Nuno Markl.

“E não – contrariar as opiniões deles não é censura; é exercer, em sentido contrário, o mesmo direito que eles têm de dar opinião. Se ainda são mais as pessoas que estimam o 25 de Abril do que as que desejariam que ele não tivesse acontecido – eh pá, azar. Com paciência, pode ser que as gerações vindouras achem que a ditadura é que é a cena e tudo voltará a 24 de Abril”, continuou Nuno Markl.

“Neste momento, têm de aceitar isto e continuar a dar as vossas opiniões da mesma forma que outras pessoas dão as delas. Acusam a esquerda de ser choramingas – mas choram muito. Nem tiram proveito destes tempos de feição”, acrescentou Nuno Markl.

“Agora – desculpem, mas o resto das pessoas vai comemorar os 50 anos de democracia. Dói? Também me dói a mim muita coisa. É a vida”, rematou.

2024-04-15T18:50:35Z dg43tfdfdgfd