«OLá, FALA PATRICE EVRA. DEIXE MENSAGEM APóS O SINAL»

Há trabalhos de criação e trabalhos de execução. E há trabalhos que agregam ambos. O jornalismo tem todos esses segmentos por si. Conseguimos ter dias muito ricos em ideias e dinâmica e ter dias em que somente nos tendemos para executar de uma forma mais mecânica. Os dias perfeitos são aqueles em que os dois segmentos anteriores se agregam. E, pelo menos nesta casa, quando saímos em missão no estrangeiro, nunca contamos que algum dia não seja perfeito.

O mergulho na missão acontece dias antes, em preparações e contactos prévios que permitem trazer trabalho de casa e garantir que, independentemente do sucesso no local, se consiga escoar para o público que nos consome um conjunto de boas histórias, entrevistas, pormenores, análises.

Para o jogo contra a Eslovénia, tudo fluiu. Conseguimos praticamente tudo o que pretendíamos, à exceção de Zahovic, que nunca atendeu.

Para a França, o plano traçado incluiu vários artigos de execução simples, baseado em história e dados que facilmente encontramos no mundo zerozero. Mas quisemos mais: falar com nomes fortíssimos, como Benzema (jogador que mais jogos fez com Cristiano Ronaldo), Hugo Lloris (que, garantidamente, se lembrará de Éder), Patrice Evra (amigo de CR7 nos tempos de United e totalista em 2016). Ou mesmo Rami e Mangala, nomes com ligação a Portugal e que estiveram sentados num banco muito próximo do que conservou Éder até à hora do estrelato, banco esse em que Cristiano não se quis sentar, naquele tenso e tão demorado prolongamento.

Pois bem, as tentativas vão-se revelando goradas. E, por mais que outras missões compensem, como este passeio ao bairro português de Hamburgo, invade-nos um sentimento de frustração por não conseguirmos o pretendido. Salve-nos Olivier Bonamici, com uma engraçadíssima e enriquecedora conversa que estamos a passar para o backoffice e que publicaremos no dia do jogo.

Os dias passam, o Euro deixa de ter um nível diário de alto entusiasmo para ter picos de tensão máxima em dias alternados, e a perfeição profissional vai-se. Uma coisa é certa: ainda não sentimos que já esteja na hora de, como órgão de comunicação social, regressarmos a casa. Isso acontecerá apenas quando Portugal terminar a sua participação.

Por isso, e por causa do que começámos por escrever neste Palavras à Sorte, soltem-se nos comentários com sugestões de trabalhos jornalísticos que gostariam de ser feitos por aqui. É que contamos com mais semana e meia de luta contra a frustração de telefonemas não atendidos...

2024-07-04T12:45:36Z dg43tfdfdgfd